Daniel Campos

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12/02/2008 - Balde de água fria

Há sempre um balde de água fria para uma empolgação acalorada. Essa frase ainda não entrou para a galeria de ditados populares, mas é forte candidata. Uma das mais recentes vítimas desta máxima foi o estardalhaço em torno do biocombustível. O próprio Lula abraçou essa fonte de energia como um trampolim para o Nobel da Paz, assim como Clinton.

Diante de discursos inflamáveis, o biodiesel virou mania nacional a ponto de o desmatamento amazônico ser "justificável". Depois de três anos de redução, a taxa de derrubadas disparou em 2007. A verdade é que os oportunistas estão usando o discurso de planeta saudável para encher a Amazônia de soja (usada para produzir o eco-combustível).

O balde de água fria ficou completa com a divulgação de um estudo norte-americano demonstrando que a quantidade de gás carbônico emitida pela conversão da floresta tropical em terras agriculturáveis pode levar até 320 anos para ser compensada em benefícios ambientais. Ou seja, se for para derrubar matas para produzir energia limpa, vale à pena continuar usando petróleo.

Se Lula não quiser esfriar seus sonhos, precisa, assim como pregou seu companheiro Lênin, dar dois passos para trás para conseguir dar um pra frente.


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