Daniel Campos

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26/09/2014 - Até a última gota

Tem horas que remoo versos como um moinho caduco, que vai tentando tirar alma do que já nem animado mais é. As pedras do destino se debatem em mim comendo minha própria carne. Eu vou para além dos limites. Eu busco demais, até mesmo além da conta. Vou até o fundo, na verdade, até o mais profundo a ser explorado. Não paro. Não freio. Não desisto. Isto é, quanto há sentimento. Depois é o vazio. E eu não vivo de vazios. Preciso preencher e ser preenchido constantemente. Sem sentimento não há com o que se importar, do que lembrar e pra que sonhar. Sem sentimento até mesmo o passado mais marcante deixa de existir. Eu moo e remoo sentimento. Quando não há mais o que sentir e tudo se transforma numa ação mecânica, num viver impessoal, numa ânsia controlada, eu me doo a outras causas.


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