Daniel Campos

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07/01/2011 - art nouveau

Mulher de negócios, cosmopolita, vibrante, capital dos meus sonhos. Milhões e milhões de sonhadores habitam sua alma, desejam seu corpo. Mulher nascida em berço de ouro e criada nas ruas da ilusão. Mulher de beijo bilíngue, olhos escritos em francês ou monegasco, braços e pernas de compassos de aberturas mil. Mulher de pensamentos ultramodernos e fantasias pitorescas.

Mulher agradável nas noites de verão e essencial nas noites de inverno. Quantos baristas, floristas, cosmonautas, escafandristas, toureiros e turistas tatuam sua pele passando para lá e para cá num correr sem fim. Passam com lamparinas acesas e quartos de lua imersos no suspense de uma penumbra. Mulher de leitos e tumbas. Mulher de emoções fundas.

Muitos se interessam por essa mulher desconhecida, que coleciona fãs. Quantos não queriam fazer de seu colo um divã. Embora muitos não conhecem seu nome, sabem que ela é inesquecível com seu jogo de luzes, cores e sons. Filha de Eva, devota da Virgem, ciúme de Afrodite. Diante dessa mulher é preciso se arriscar nem que o risco custe sua própria vida. Afinal, poucas mulheres no mundo são tão propícias a uma narrativa quanto a mulher desejada.


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