Daniel Campos

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20/08/2008 - Algemas da (in)justiça

Bandido bom, primeiramente, é bandido algemado. Assim como em qualquer lugar, o criminoso tem que usar algemas independentemente do crime que cometeu. Seja bandido maltrapilho ou bandido de terno e gravata. Depois da desigualdade social, racial e digital, agora surge, com força máxima, a prisional. Eu já acho um absurdo essa questão de cela especial para quem tem curso universitário. Bandido é bandido seja lá qual for o nível dos estudos. E não é preciso ir muito longe para saber que a ordem de privilégios está invertida. Afinal, os que mais estudaram são os mais perigosos, posto que possuem mais conhecimento acumulado. Mas por aqui bandido tem direito a tratamento cinco estrelas.

Se não bastassem as mordomias que gozam dentro da penitenciária e no julgamento, os bandidos vips (bancários, empresários, juízes, parlamentares, ministros) agora têm privilégios também no momento da prisão. Nada de algemas em seus lindos pulsos. Ora, ora... O Supremo Tribunal Federal tratou o assunto como prioridade máxima da nação. Há tantos outros processos e ações que podiam ser julgados para diminuir a criminalidade, mas insistem em beneficiar os bandidos e estimular uma violência que já corre solta em razão da incompetência do nosso código penal.

Para além das algemas, os bandidos precisam de leis mais severas. Deviam ter seus rostos expostos na televisão, suas mãos cortadas a cada roubo, seus corpos marcados a ferro com a inscrição "bandido", a proibição de novas investiduras em cargos públicos e até mesmo pena de morte. O nosso tribunal superior tomou essa decisão com pena dos pobres malfeitores ricos que dizem que estão fazendo espetacularização com suas prisões. Para a nossa (in)justiça, o único espetáculo válido é o de lesar os nossos bolsos, nossa pátria e nosso futuro.


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