Daniel Campos

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29/12/2008 - Abelharuco

Lá vem o abelharuco-europeu tingindo o céu no seu colorido. Tem uma coroa marrom-avermelhada. Tem uma máscara preta. Tem um peito turquesa. Tem penas na garganta cor de sol entardecido. Lá vem ele tão lindo quão cruel. Para lhe valer o nome, come da abelha não o mel, mas o seu veneno. Lá vem o assaltante das colméias. Corram abelhas, corram do abelharuco, corram ovelhas, corram para ver o céu colorido de abelharucos. Abelharucos da Espanha ao Cazaquistão.

Lá vem o abelharuco da primavera enamorando o abelharuco do verão criando os filhotes e uma outra coloração. Lá vem o abelharuco à procura de colméias. Caçando abelhas e se esquivando do falcão e atravessando o estreito de Gibraltar. Lá vem o abelharuco espanhol acasalando com a fêmea africana, lá vem o abelharuco húngaro amando a italiana. Lá vem a jovem ave na contradança mais colorida dos céus buscando amores, parceiros e o amor para alimentar sua sede fel.

Lá vem o abelharuco de corpo colorido e alma sombria aquarelando o dia. Lá vem o abelharuco que mora nos buracos da encosta, escavados com bicadas de cor e dor seu leito. Lá vem o abelharuco, maluco por natureza. E na beleza envenenadora, lá vêm os ladrões de ninho, de ovos, de comida e de famílias. Lá vem o abelharuco bandido e vítima do próprio alimento que lhe move ? o veneno.


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