Daniel Campos

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03/05/2013 - A monotonia

A monotonia nos pega de jeito. A monotonia, quando se instala dentro do peito, ai, dá até mal-jeito no coração, que fica batendo sempre no mesmo refrão. A monotonia engessa a fantasia, quebra a perna do dia, dá mal-estar, tontura e azia. A monotonia é o pássaro que perde as asas, é o vento que deixa de soprar, é a praia de um mar sem ondas. A monotonia é rede que não balança, é romance sem beijo, é aventura sem risco.

A monotonia é um malfeito. A monotonia é o lugar comum mais estreito que há. A monotonia é a desvalia do que é ser vivo. A monotonia é o que não faz vibrar. A monotonia é fosca. A monotonia censura a criatividade. A monotonia é o pleno funcionamento da máquina da inutilidade. A monotonia é uma espécie de status quo do tédio. A monotonia nos rende, nos veda, nos cala, nos coloca no plano de fundo da vida.


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