Daniel Campos

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01/03/2010 - A lua e o amor, mais uma vez

A noite segue alta para os namorados que andam de mãos dadas pelos bancos da praça trocando beijos e abraços sob os olhos de uma lua alcoviteira que há milhares de anos gosta de testemunhar romances alheios se enchendo de desejo ou minguando de saudade. Quantas histórias de amor, com seus devidos encontros, reencontros e separações não estão guardadas nas crateras lunares? Difícil calcular...

Quantos “eu te amos” ecoam em seus mais diferentes sotaques por aquele solo tão pálido e fresco como o corpo nu da mulher amada. Se alguém pudesse espremer a lua, um mito cairia ao chão: ao contrário de mel do bagaço da lua escorreriam litros e mais litros de sangue. Porque todo amor é mais dor do que riso, todo amor é mais pranto do que felicidade. Lunáticos os que associam o amor ao prazer eterno e irrefutável.

Para se amar verdadeiramente é preciso saber sofrer esse amor. A lua pendurado no arco dos céus sabe bem disso. Os que buscam viver um amor só de benfeitorias tendem a morrer sozinhos numa sarjeta. O amor deve ser vivido em todas as suas fases e ocasiões, como a lua que precisa mudar de formato e sentido, dia após dia, para conservar sua magia. O amor estático, assim como uma lua maciça, não atrairia os namorados.


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