Daniel Campos

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23/01/2017 - A arte de escolher

Você acorda já com a escolha de continuar deitado, preguiçando mais um pouco, ou de pular da cama e fazer uma caminhada, uma academia, uma meditação. Ao entrar no banho, que já é fruto de uma escolha, escolhe por onde começa a se ensaboar e o tempo que fica embaixo do chuveiro. Você escolhe, a partir da sua necessidade ou do seu humor, a roupa que vai vestir. No café da manhã, opta entre o pãozinho com manteiga, uma barrinha de cereal, uma fruta e até ficar de estômago vazio. Na rua, precisa escolher entre um caminho e outro, priorizar o trânsito ou as paisagens, para chegar onde deseja. Mesmo que seja obrigado a estudar uma matéria específica ou fazer um determinado serviço, você escolhe a forma com que vai executar essas tarefas. No almoço, você escolhe o cardápio. Escolhe quem vai adicionar ou não aos seus contatos, com que vai conversar, o que vai curtir nas redes sociais, qual foto vai postar e o conteúdo do comentário, se tiver escolhido comentar. Você escolhe a música que vai ouvir, o canal que vai assistir, se vai ou não ver o filme até o final. Você escolhe se vai perdoar ou não, fazer bem ou mal para o seu corpo, continuar doente ou buscar a cura, sair do casulo ou continuar escondido. Você escolhe se vai continuar chorando pelo que foi uma escolha sua ou dar a volta por cima. Se dar valor é uma escolha. Fazer o bem é uma escolha. Jogar pedras ou sementes é uma escolha. Você escolhe qual boca vai beijar, se vai ser fiel ou trair, se vai terminar ou seguir com o relacionamento, se vai dar o braço a torcer ou continuar brigado, se vai dizer eu te amo ou ficar em silêncio.

Você escolhe absolutamente tudo o que faz. O controle remoto da sua vida está em suas mãos. No entanto, é preciso saber usá-lo. Ao longo do dia, escolhas simples, como entre um sorvete de flocos e napolitano, até as mais complexas, como a de ser feliz ou triste, passam por você. Por mais que não perceba, escolhas são feitas o tempo todo. E quando você não escolhe, por qualquer motivo que seja, já está fazendo uma escolha. E, impreterivelmente, uma escolha vai gerar outra ou outras e implicar em consequências a curto, médio e longo prazo. Portanto, escolher é a arte de saber viver. O medo de escolher é a pior escolha a ser feita. Não escolha por capricho, orgulho ou na ignorância o que vai te atormentar, causar problemas ou infelicidade. Muitas escolhas não têm volta, pelo menos não a volta que gostaríamos. As escolhas precisam ser conscientes. Não dá para sair escolhendo no “uni duni tê” nem no automático, tampouco deixar que escolham para você. Só você sabe do que realmente precisa. Ninguém te conhece melhor do que você. E é preciso encarar essas escolhas por mais difíceis, dolorosas, custosas que sejam. Escolha e assuma sua escolha. Você é resultado das suas escolhas, então, faça-as com o coração, pois a mente às vezes nos engana. E cuidado: tudo o que você é ou quer ser, tudo o que construiu e quer construir, está em jogo. Nada está definido, pois o universo está sempre em movimento. Então, ser relapso em uma escolha pode colocar tudo a perder. Não subestime ou ignore escolha alguma, todas têm uma dose de importância em sua trajetória. Que o amor seja sua bússola apontando o caminho pelas escolhas que vão chegar até você.


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