Daniel Campos

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16/05/2015 - Faminta

Seus dentes afiados e bem articulados
Furavam mais do que mordida de cachorro
Deixando suas marcas como se fosse Zorro
Tinha uma mordedura que era uma belezura
Mordia o mundo numa fome sem fundo
Comia nuvem, pedra, boca e até pensamento
Tudo o que via, sabia, sentia, conhecia ou não
Era de comer. Era para comer. Era seu comer.
E assim ela comia o dia e arrotava poesia
Comendo o que for e regurgitando amor
Assim era ela que não existe nesse tempo mais
Pois de tanto comer comeu-se seis horas atrás


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