Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
Aperto no peito

Os chafarizes secaram esperando por você
O mato engoliu tudo sem nem perguntar por quê
E a praça ficou só, tão só meu coração
Até o ipê rosa virou cor de solidão
Os caminhos de pedra estão ausentes
É como se não houvesse nada nem ninguém
Na radiografia do ventre da praça
Que só mostrou um silêncio sem graça
Os pássaros mudaram de ninho
O pipoqueiro trocou de caminho
Já nem passa por lá
E olha lá, não sobrou casal de namorado
A praça que foi o cenário de tantos beijos roubados
Beijos de mel, de girassol, de hortelã
Agora arde os delírios de uma febre terça
E amanhã
Há de ser mais tristeza e saudade
Na praça que já foi o centro da cidade
Ponto nobre, encontro predileto
Hoje é menor que o sem teto
Que por ali, de lembranças se cobre
E tudo porque
Falta você
Você que não mais
Se vê
Não mais se vê
Por quê?


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar