Daniel Campos

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22/07/2011 - Ri

Ah! Esse seu sorriso largo é o meu afago. Trago seus risos pra dentro de mim. No meu lago particular. Drago seu sorriso dias afim. Vago por seus lábios sem fim. Sorriso sem preço, sem pago. Sorriso sem qualquer estrago. Quando desmancha o riso, caio gago aos seus pés. Coisas de homem e mulher. Coisas de mago e de quem se quer.

Ri com toda educação, com toda classe, com toda retidão e ri com a boca cheia longe da finesse. Ri deixando furos como uma blusa de lesie. Ri como deusa, como humana, como Lessie. Ri, não se esquece, ri, e não me fenece, ri, e me apetece, ri, e me enlouquece, ri, e me veste neste teu sorriso que me arranca o siso.

Ri e gargalha para matar. Ri de gostar, de chorar. Ri como ri o colibri. Ri me manchando de felicidade. Ri iluminando a cidade. Ri afastando a saudade. Ri no rio. Ri como quem não riu. Ri num arrepio. Ri num jeito arredio. Ri por um fio. Ri querendo não rir. Ri numa explosão de hormônios. Ri um sorriso tônico.

Ri com a boca tão aberta a ponto de engolir o mundo no seu mais profundo eu. Ri levando fé ao ateu, levando briga ao Coliseu, levando Julieta à boca de Romeu. Ri como se fosse virar pelo avesso, como se fizesse dos lábios seu endereço, como se o riso fosse seu maior apreço. Ri envergonhando os alegres, ri ameaçando os tristes, ri dizendo que existe.


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