13/12/2008 - Puxão de orelha real
Diz o dito popular que quem é rei não perde a majestade, mas o cantor Roberto Carlos tem abusado da sorte. Já perdi a conta dos anos em que os fãs do rei têm passado em brancas nuvens. O último álbum completo de inéditas bem longe se vai. E todo ano é a mesma novela. Roberto anuncia no primeiro semestre que vai lançar um disco de músicas inéditas e desmente tudo no segundo. Embora haja todo um clima mítico em torno do rei, isso já cansou.
Neste final de 2008, às vésperas de completar 10 anos da morte de Maria Rita, o cantor nos brinda com um álbum em homenagem a Tom Jobim. Clássicos da bossa nova em duetos com Caetano Veloso. É inegável que o trabalho é bonito e de bom gosto, mas onde está a ousadia que transformou Roberto em rei? Onde está sua parceria com Erasmo? Onde está aquele cantor que, assim como Orlando Silva, alimentava-se das multidões, emplacando um sucesso atrás do outro.
Para completar, o seu especial de final de ano não será em um morro carioca, como chegou a anunciar. Pelo visto, mais uma vez, vamos testemunhar o mesmo do mesmo do mesmo. Além de Caetano, uma roqueira, uma dupla sertaneja e um sambista (cujos nomes eu prefiro nem citar) vão fazer companhia ao rei. Roberto, nós merecíamos mais. É bom não esquecer que um dos maiores impérios do mundo, o de Roma, ruiu quando um imperador trocou a política de novas conquistas pela de salvaguardar o que já fora conquistado.
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