Daniel Campos

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18/12/2011 - Pelo avesso

O que eu quero, desquer. Troca meu gosto pelo desgosto. Se eu vou, não sai do lugar. Quando salgo, adoça. Qunado avanço, blefa. Transforma meu sonho em pesadelo e vice-versa. Se eu beijo, morde. Se eu mordo, assopra. Se eu mordo, assopro. Se eu sopro, chove. Se eu chovo, não molha.

O que eu busco, já tem. Se eu mio, late. Sofre quando sorrio. Gargalha a cada pranto meu Se despe quando visto. Quando sou verdade é mentira. Quando recuo, provoca. Quando pego, foge. Quando rolo, enrola. Enquanto colo, rasga. Quando morro renasce. Na hora que acordo, hiberna.

O que eu perco, acha. O que eu aplaudo, vaia. O que eu escrevo, apaga. O que eu vejo, cega. O que eu caso, separa. O que eu pinto, borda. O que emudeço, canta. Onde piso, flutua. Onde sou gênesis é apocalipse. Onde eu cheiro, perfuma. Quando torço, contorce. Quando sou ponto final é reticências.


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