14/05/2010 - Mulher imaginativa
Preciso falar com ela, tocá-la, saber se é real. Não sei se a encontrei em sonho ou em algum paralelo imaginário do globo terrestre, campestre, agreste. Como cabra da peste, quero sossegá-la, trazê-la para a realidade. Por hora, tudo é vazio, frio e saudade. Não sei em que cidade procurá-la. Só sei que preciso achá-la, tocá-la, provar para mim que ela existe para além do olhar triste que deixou cair pelo caminho. Sigo a sua procura por montes claros e escuros, inseguro e sozinho. Que tal, amor meu, ilusão minha, uma taça de vinho, um segredo hebreu, um beijo de rinha.
Mulher intocada, dilacerada pelas garras da minha poesia que não lhe dá sossego. Ouça o meu apego, a minha fantasia incompleta. Mulher repleta de mistérios que me tira do sério no looping de um sorriso. Que falta de juízo ela ter aparecido assim, como um jardim cercado, perfumado e sem fim. Mulher jasmim, mulher alecrim, mulher rubi, quantas trovas já lhe fez meu bem-te-vi. Preciso falar com ela, tocá-la, saber se respira e se transpira e se suspira. E se suspira, suspira por quem? Mulher paisagem, mulher inspiração, mulher miragem, será da minha canção ou de ninguém?
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