05/08/2016 - Minhas madrugadas
Minhas madrugadas são desnorteadas pela sua falta. É uma febre de solidão que não me dá alta. Tudo, tudo, tudo cai no buraco sem fundo do mundo. Por você, ando mudo, ando surdo, ando cego e prego à lua toda madrugada o que há entre o poeta e a mulher amada. É tanto sofrimento, é quanto sentimento, é tanto corpo ao relento. Meu íntimo orvalhado esperando pelo que você tem me guardado. E é tudo tão vazio, é tudo como um rio que leva tudo de mim, é tudo como um rio que me leva de mim sempre ao encontro de você. Um violão chora no canto. Um preto-velho me fala de encanto. E eu olho o nosso lençol e o vejo como seu manto. Sua coroa sou eu. Abra as portas da madrugada e se consagre rainha na calada da minha paixão, que é imensidão e devoção. Entre nossos corpos colados estrelas cadentes, pés envergados de sonhos e uma gente esperando para nascer da gente.
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