Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
03/12/2009 - Cidade mulher

Toda cidade é feminina porque cada mulher é uma cidade. Basta reparar de quantas esquinas é feita uma mulher que se aproxima e se dista dos olhares que a seguem e, até mesmo, perseguem-na vida afora. Toda mulher é rica em relevo e formas geométricas. Seja no corpo ou no espírito essas mulheres são modernas, tradicionais ou futuristas. Podem ser pitorescas como cidadelas ou engenhosas como grandes megalópoles.

Independentemente se pequenina ou grande, se interiorana ou litorânea, se rural ou transcendental, a mulher tem problemas urbanos e grandiosos. Problemas diários, estruturais, ancestrais como todo e qualquer reduto de civilização. Porém, até na problemática as cidades conseguem, assim como as mulheres, serem pólos de atração física e psicológica. Quantos os que caem aos pés de uma cidade e se imaginam felizes ao lado dela, fazendo juras de amor eterno?

Há desenhos ousados, típicos de vanguarda, e clássicos se misturando no contorno de uma mulher. E quando se ilumina, no correr da noite, a mulher ganha outros rostos e perfumes. Como é desejada a mulher. Quantos os que querem habitá-la? Quantos os que querem crescer com ela? Quantos os que querem criar raízes em seus matizes? Assim como as cidades, as mulheres são capazes de causar uma explosão demográfica e um suicídio coletivo. Afinal, ambas são tão indomáveis quão imprevisíveis.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar