28/06/2012 - Choram as estrelas
Não há mais nada a explicar, tampouco prazo para tentar mudar o imutável. Choram as estrelas um sereno de parafina, que em alguns momentos é muito frio e, em outros, muito quente. O céu vira praça de guerra. Qual coração que não erra? Olhos de arranha-céu tentam se aproximar das pontas da bailarina estelar, mas a menina dos brilhos não é de perdoar.
Céu apagado, estrelas da escuridão, lua quebrada, noite naufragada no silêncio da canção entoada pela estrela da incompreensão. A estrela não compreender dor que não seja a sua dor. A estrela não entende a preocupação dos mortais. A estrela não se rende aos sonhos alheios. Estrelas de ponteio, de centeio, de serpenteio, sem começo nem fim, criaturas meio.
Estrelas perfumadas, maçãs mordidas, gatas arranhadas, fêmeas ao extremo boiando na flor do céu. Estrelas a granel que andam descalças e sem véu. Estrelas ramalhetes, escritas para serem bilhetes públicos. Estrelas em canção, um sim para um céu de não. Estrelas de limão, sumo de sofreguidão. Estrelas em botão, desabrochando solidão.
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