12/03/2010 - Charada
A mulher amada tem sempre uma charada a ser decifrada à flor de seus lábios. Entre o querer e o poder, ela quer e pode. É ela quem decide se quer ou não que você a decifre. É ela quem pode ou não lhe ajudar a descobrir o que esconde em seu corpo, em sua alma. Não há nada mais misterioso do que o enredo que compõe a mulher amada. Nem cineastas como Alfred Hitchcock conseguiram criar atmosfera semelhante ao suspense que cerca a mulher amada.
Diante dela, não se sabe se algo bom ou ruim está para acontecer. Sabe-se apenas que o quê de mistério da mulher amada lhe devora aos poucos numa sucessão de angústias e aflições e desesperos. Expectativa e medo dão as mãos e esperam aflitos o desenrolar de um dos dramas que povoam a mulher amada. E o pior sentimento é a perspectiva de que não se pode interferir em absolutamente nada no tocante aos rumos de seu mundo.
Mesmo assim, a mulher amada seduz querendo que a decifre e o induz a cometer incontáveis erros de cálculo e análise. Errando ou acertando a charada que a envolve, você nunca a derrota. A mulher amada sabe provocar como ninguém e provocando lhe conduz da maneira que lhe é conveniente. O clima entre o suspense e o poético é o cenário perfeito usado por ela para prendê-lo em sua teia indecifrável.
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