21/01/2010 - Assédios da saudade
Se a saudade chegar até você e, por acaso, perguntar por mim, ò meu bem veja bem o que vai dizer, perguntar ou responder. Não vale mentir nem fingir pensando que não vai sofrer. Se optar por se calar, ou por dizer “talvez”, “quem sabe”, “não sei” ou por lhe indicar uma estrada errada, saiba que seu gesto não lhe valerá de nada. Nada, amada, nada...
Se a saudade perguntar por mim, sincera e afetuosamente, prefiro que diga que eu não presto e que me odeia e que esse assunto lhe chateia do que fechar os olhos e a boca para a saudade. Diga que me mandou embora, que me pôs pra fora e não quer nem ouvir falar de mim. Fale que eu não sou nada do que pensou, que não se interessa por onde estou ou vou, mas fale. Por favor, amor, não se cale.
E depois que falar e reclamar e se re-apaixonar, caia em contradição, chore e peça perdão pelo amor do deus da paixão. Confesse que a ausência lhe causa dor e que está disposta a me encontrar seja lá onde for. Por fim, convide a saudade para entrar, diga que ela é bem-vinda e que para sempre pode ficar.
Afinal, já fazem mais de dez minutos que nos desencontramos e que nos beijamos e que juramos amor pra sempre pela última vez. Tempo mais que suficiente para a saudade, em meu nome, assediar-te.
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