Tempus
A cantiga e o soneto
Se teus olhos, se teus olhos
Desejarem
Eles sabem, eles sabem
Aonde me ver
Eu sou teu,
Eu sou teu apaixonado
Até teu tempo,
Até teu tempo me esquecer.
De repente, urge do passado um grito
O ter e o não ter sofrem um abalo sísmico
E o que era para ser se atrai pelo infinito
Como um fiel diante de um verbo bíblico.
Se teus beijos, se teus beijos
Desejarem
Eles sabem, eles sabem
Aonde me calar
Eu sou teu,
Eu sou teu apaixonado
Até teu tempo,
Até teu tempo me esquecer.
Entre os penhascos da separação
Onde repousam os dragões da distância
Surgem pontes de aço e imaginação
Que fazem o tarde alcançar a infância.
Se teus pés, se teus pés
Desejarem
Eles sabem, eles sabem
Aonde me achar
Eu sou teu,
Eu sou teu apaixonado
Até teu tempo,
Até teu tempo me esquecer.
E das mãos unidas, cumpri-se o destino
Que, mesmo doente, a bombordo segue
Em amor, paixão e sonho, feito deus trino.
Se tuas dores, se tuas dores
Desejarem
Elas sabem, elas sabem
Aonde se aportarem
Eu sou teu,
Eu sou teu apaixonado
Até teu tempo,
Até teu tempo me esquecer.
E se a saudade, ao se romper, dói
Por favor, suporte, não negue
Quando quiser, faço-me teu herói.
Se teus desejos, se teus desejos
Desejarem
Eles sabem, eles sabem
Aonde se fartarem
Eu sou teu,
Eu sou teu apaixonado
Até teu tempo,
Até teu tempo me esquecer.
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