Sonetos
Soneto da maçã
Manhã tão tristonha sonha a manhã
Que a cegonha rosa traz em seu bico
E aqui, cá embaixo dos demônios, fico
Dividindo-me entre a maçã e a romã.
Eu que sou senhor da vossa beleza
Triste. Poeta eu que desejei e chamei
E agora aqui nesta rua sou eu quem hei
De ter-vos no fim da lua, na certeza
De que por vós, eu hei de entristecer
Flores, pares, bares, mares e cores
Para verdes ao meu mundo nascer
Quero amamentar-vos pólen e alpiste
E a vós confessar que os belos amores
Para serem fortes hão de ser tristes.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.