Cerne do Afeto
Pra chico buarque
Minha voz se cala
Quando o mestre sobe ao palco
A noite vem numa valsinha
E vai passar como aquela banda
Num chão de esmeraldas
Nos aplausos das cidades.
A noite vem e traz também
Um certo buarque de tantos franciscos
Que sonham com joanas francesas e anas de amsterdã
Num amor barato.
A noite vem e o que será que será, será
Que o choro da construção é daquele francisco
Será aquele buarque mais um mascarado
Brincando no cordão.
A noite vem e além do pedreiro
Espera o poeta um refrão de fantasia
Que nasce de um violão
Em joões e marias.
A noite vem em preto e branco
No retrato daquele francisco
Que é buarque
Que é chico.
A noite vem e tem mais samba
No piano da mangueira
E o malandro ainda diz
Que espera o carnaval chegar.
A noite já não vem, ela vai
E eu também
Vou para voltar
Sabiá...
Chico, meu caro amigo
Quem te viu, quem te vê
Não esquece e agradece
Deus lhe pague.
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