Cerne do Afeto
Olhos de giz
Quanto mais me busco
Mais me perco em seus olhos
Olhos de giz
Que me esboçam ilusão...
Olhos de solidão
Que refletem nos meus
Tão desesperados
Tão dilacerados
Pelo amor dos ateus...
Olhos de giz
Que somem no ar...
Olhos distantes
Que se afogam infantes
Nas ondas bravias
Sem calmarias
Do verde do meu olhar...
Olhos de giz
Que não me escrevem...
Olhos de licor
Que não me embriagam
Nos copos das ruas
No frio das noites nuas
Que me trazem o desamor...
Olhos de giz
Que dançam com calma...
Olhos de castiçais
Que velam a chama
Daquele que clama
Em palavras com alma
E tanta jura faz...
Olhos de giz
Que não sabem quem sou...
Olhos de marfim
Que se entregam a mim
Nos cegos pesares
De quem sempre amou
Em olhares...
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