Você
Você que me traz a uma manhã tão fria
Você que se despede com a boca vazia
Você que me pede de volta a sua fantasia
Você que o destino confunde com alegria
Você que é da ilusão a última cria
Você que me tinha e não sabia
Você que é mais do que uma alegoria
Você que tem nas mãos linhas de uma melodia
Você que dá voltas e voltas feito homilia
Você que o silêncio assobia
Você que me provoca hemorragia
Você que, em minhas costas, rodopia
Você que me leva à esquizofrenia
Você que me vinha e não existia
Você que mistura pausa e folia
Você que me revela só metade do seu dia
Você que, de prazer e medo, me arrepia
Você que toma o mistério por companhia
Você que, mesmo sem querer, vicia
Você que dormia enquanto o amor nascia.
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