Véu de noiva
Depois da curva da estrada
Passando a cancela quebrada
E a porteira de jequitibá
Tem uma janela
Esperando nós dois se debruçá.
E olhar a passarada
Fazendo a revoada
Lá pras bandas do ingá magro
Que não cansa de molhá
Sua sombra no espelho do lago.
Maio nem chegou
E o véu-de-noiva já se alastrou
Pelo terreiro
Até o brejo já deu flor
Só falta você mais eu se casá.
O sol já me avisou
Que depois do casamento
Vai se embora mais cedo
Lá pra depois do arvoredo
Só pra gente namorá.
E ali do lado da figueira
Pertinho da paineira
A gente vai passar
Noites em claro
Acompanhando a comadre
Lua de fase se mudá.
Ficar ali juntinho
Nós dois no nosso ninho
Namorando na dormideira
Que dorme-dorme
Mais ainda não aprendeu a sonhá.
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