03/10/2013 - Vestida de negro
Ela amanheceu
Vestida de negro
Dos pés à cabeça
E eu me dependurei em seu corpo
Correndo minhas mãos
E minha boca
Por seus braços e pernas
Rocei meu rosto nas folhas
Finas e delicadas
Claras e escuras
De suas faces
E eu beijei e bendisse seu pé
Querendo carregá-lo comigo
Por todos os dias
E tempos
De minha existência
Eu a mordi, a mordisquei
Eu a mastiguei e a engoli
Quis ter aquele doce
Aquele doce silvestre
Correndo em mim
Debaixo de sua saia
Eu cantei, eu sorri
Como nunca dantes
E amei
Num romantismo
Delirante
Num canibalismo
Alucinante
E murmurei, gritei, sussurrei
Essa paixão que não acaba
E me arranhei e me entreguei
Ao longo do pé de jabuticaba.
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