Vestida de branco
Vestida de branco
Pousava no alto mar
Mais branco do que as espumas
Das ondas de sal
E não era noiva
Nem filha de Oxalá.
Vestida de branco
Olhava os barcos e suas partidas
Sem saber para onde ir
Não escrevia na areia
Nem falava demais
Na língua das sereias.
Mas rodando nas rodas do timão
Trazia em cada embarcação
Um capitão desconhecido
Que podia lhe mostrar o mundo
Detrás das ondas do mar.
Vestida de branco
E nada além
Não tinha colares
Não tinha sandálias
Não catava conchinhas
Trazidas pelas ondas do mar.
Vestida de branco
Não se escondia sob guarda-sóis
Não falava a língua das gaivotas
Não jogava rosas para Iemanjá.
Era apenas uma mulher
De vestido branco
De cabelos negros
E de olhos para lá das ondas do mar.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.