Daniel Campos

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Vermelhidão

Escrevo em vermelho,
No sangue que vaza a folha
Que tinge os versos, as rimas
Decorrentes da inspiração
Que me violenta e mima.
Vermelho do vestido
Dos lábios e da saudade
Vermelho dos anseios do meu desvario
Das algas do meu rio
E do inferno da minha cidade.
Meus olhos se aquarelam
Na mulher que invade minha vida
E me acena despedida
Na rapidez de uma hemorragia.
Vermelho que ri e que chora
Que chama e vai embora
Vermelho que dança o tango
Do meu desencanto
Vermelhas são as lástimas
Do meu pranto
E a brasa que queima
Feito rubi
No encanto do fogo.
Ah! Ao meio de tanta vermelhidão
Desenho estes versos malfeitos
Nascidos de um poeta incolor
Borrão de tanta dor
Que não foi nem será eleito
Para ser vermelho também
Junto aos lábios que o chamam de ninguém.
Vermelha é a rosa da alvorada
Vermelha é a estrela da madrugada
Vermelho é o sangue que escorro
Vermelho é a causa por qual morro.


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