Daniel Campos

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Velador de sonhos

O quanto quiser durma
Sob pedras ou penas
Apenas
Não suma.
Durma
E sonha no tom das patativas
Cativantes de ilusões
Que adejam aos corações
E se alojam após tentativas
De ódio e perdão.
Como anjos efêmeros, durma
Durma enquanto a velo
E aos poetas apelo
Uma benção de poesia
Àquela que tentei não me dar
E me dei no verbo amar.
Ah! Se a vida quisesse merecer
Este que te vela por poeta
Defender-lhe-ia do sofrer
Com versos de sua modinha predileta.
Ruma ao paraíso ruma
E se apruma na bruma
Durma, pequenina, a vida lhe nina
Obra divina, essência da razão
Acompanha os anjos em procissão
E durma.
Durma que eu te guardo
Durma o quanto quiser
Neste braço pardo
Enquanto eu ardo
Em vela o quanto puder.


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