Tranca nas mãos
Ao olhar as árvores frondosas
Eu vejo ao meio do arvoredo
Um tranqüilo pássaro a voar
Sem possuir o medo de cair.
Prefiro beijar a solidão.
Eu também não temo o futuro
Desconheço (ou finjo) meu passado
Vivo somente o instante de glória
Sem a insensatez da desilusão.
Acaricio a ingrata ilusão.
Eu vivo no lugar dos mortos
Um consolo para as lágrimas
Não quero ser esperança
Apenas tê-la é necessário.
Não verto a compaixão.
O poder não compra minha alma
Não trucido (mais) sentimentos
Com a foice da falsidade
Ou nos dentes de outra fera.
Não padeço outra paixão.
Prefiro beijar a solidão
Acariciar a ingrata ilusão
Não verto a compaixão
Não padeço outra paixão.
Eu sou o que não quero
E assim,
Beijo-me, acaricio-me e me verto
Padeço-me e me espero
Nas mãos em tranca.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.