Daniel Campos

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25/03/2015 - Todaria

Nem toda tarde arde
Nem todo sol dá arrebol
Nem todo medo vem cedo
Nem toda fé dá pé
Nem todo jardim dá alecrim
Nem todo arcanjo foi anjo
Nem toda esperança cansa
Nem toda sina se destina
Nem toda beleza põe mesa
Nem toda peia clareia
Nem toda rosa é prosa
Nem todo curió dá timbó
Nem toda bruxa murcha
Nem toda moça é de louça
Nem todo pecado é castigado
Nem toda janela dá aquarela
Nem toda galinha bota sozinha
Nem toda solidão vem do não
Nem toda comida é da lida
Nem todo março dá passo
Nem todo sono tem dono
Nem toda dama é de cama
Nem todo perigo é inimigo
Nem toda fresta é uma festa
Nem toda escrita é infinita
Nem todo romance dá alcance
Nem todo ser vivo dá livro
Nem todo final é angelical
Nem toda chuva faz curva
Nem toda data traz falta
Nem toda amora cora
Nem toda sombra tomba
Nem todo navio tem rio
Nem toda lua se insinua
Nem todo horizonte dá monte
Nem todo conto tem ponto


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