Toada
A saudade é um arco
Vazio
Cuja flecha
Um cupido disparou.
Nas águas de setembro
Veio vento
Veio barco
Só a menina não voltou.
Rosa caiu na beira do rio
Garça disfarçou sua graça
Amora pintou os olhos de quem chora.
Deu tempestade
Deu nevoeiro
O medo gritou
E o tempo chamou
O barqueiro
Da saudade.
No rio
Entre remos e correntezas
Entre demos e incertezas
Entre a luz e a sombra
Que zomba o vaga-lume
O casulo da tristeza
Se abriu
Nasceu o ciúme.
Rosa floriu na beira do rio
Garça esgarçou sua graça
Amora pintou os lábios de quem namora.
Nas águas de setembro
Deu primavera
Deu sentimento
A saudade se acabou.
E o barqueiro
Soprou sua vela
Rumo a outros tempos
Quando a menina voltou.
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