Tempo esquartejado
Ah! Essa solidão que me devora
Tem gente batendo lá fora
E eu tenho medo
De sair deste portão
Que divide futuro e passado
Num tempo esquartejado
Cansado de mim
Quero correr
Não tenho pernas
Quero voar
Mas não sei esquecer
Que amar
É o encontro de duas lanternas
Na noite escura
Obscura de mim
Vem, vem que estou a lhe chamar
Como canário chama o seu bem
Cantando a estralar
O desejo que lhe convém.
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