Daniel Campos

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Soneto no tablado

Nós, atores sem tempo nem espaço
Não temos pele, temos fantasia
E um mesmo roteiro dia vira dia
Perseguindo-nos passo ato por passo.

Cortinas como um decote atrevido
Se rasgam aos olhos dos coronéis
Corações brigam por grandes papéis
Mas nosso teatro é pecado e proibido.

Coadjuvantes e amantes sem pudor
Roubam à cena falando de amor
Enquanto se encena contos de fada

No teatro trágico dos sonhadores
A lua disfarça à farsa dos amores
E vai cai atrai e trai como bem amada.


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