Soneto na roseira
De repente, a chuva cai de cair
Na rosa em botão do velho canteiro
E ela perde a virgindade ao se abrir
Nota por nota nas mãos de um violeiro
Um bruxo triste do encanto caboclo
Que trança o aço da corda no compasso
Da rosa da chuva e guarda no oco
Da viola, todo o seu verde espinhaço.
A chuva escorre no riacho da estrada
Peixe vira rosa água roseiral
Menina que ali bebe vira tal
E qual rosa cabrocha enfeitiçada,
Que de rosa desabrocha vermelha
Ao se entregar ao desejo da abelha.
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