Soneto egípcio
Aquieta-se num silêncio egípcio
E milênios depois acorda e finge
Que é muda de amor, mas grita o propício
Grito ferido da ferida esfinge
Que finge o deserto em dor e se fere
Enquanto frige em si uma epidemia
A areia da impinge tatua a minha pele
Em mil e uma noites de fantasias
Nos seios o tempo finge que hiberna
Mas do seu ventre o medo brota lírico
E escorre quente pelos véus da perna
Que treme de loucura e de prazer
E a saudade desce feito um espírito
De odalisca no meio do anoitecer.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.