Daniel Campos

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Soneto dos pés despidos

Nus, passavam úmidos sobre a relva
Deixando o perfume das madrugadas
Caminhavam desvirginando a selva
Fechando e abrindo o destino em estradas

Passo a passo, nas bocas de um olhar
Nas costas de uma explosão de sentidos
Pelos traçados de Madagascar
Traçavam as linhas dos pés despidos

Passavam por porteiras e cancelas
Em busca de terrenos não pisados
De um coração fértil e não explorado

Como o sexo de uma virgem donzela
Coração que de anseio pulsa e soluça
E se atira ao passo em roleta russa.


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