Soneto do vendaval
O vento suspira impiedosamente
Roça a face em face ao triste passado
Assobia e leva desvairadamente
Lendas e romances de um baú fechado
Sopra em mim mágoas perdidas e cruas
Tirando-me as vestes do sentimento
O vendaval varre e devasta as ruas
E das lembranças surge o esquecimento
Fujo, mas o amor é uma hemorragia
Das bravas que eu, pobre poeta, não venço
Tombo e me entrego e me vou à ventania
Um furacão negro envolve o meu corpo
Amo e dôo, sofro e amo e de amor me esqueço
Enquanto ela arde num último sopro.
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