Soneto do vazio
Não somos sequer alguma memória
Despojados na carne sem valor
Nada sabemos, não cremos em glória
A vida nos envolve sem pudor.
Somos candelabros da escuridão
Tantos braços conhecem nossos passos
Tantas bocas nos abrem em canções
Quando não há tempo quiçá há espaço.
Pertencemos sem nos ter pertencido
Presenciamos a curva do destino
Na embarcação do último desatino.
Parece que somos sem ter vivido
Existe uma solidão e um desprazer
Em nós e a sós tudo mais é sofrer.
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