Soneto do trem
Tem dias em que se acorda e corre aos trilhos
Dormentes e correntes da estação
Que dá lá no fundo do sol de milho
Que atiça e iça a nossa imaginação.
Corre sem despedidas nem bagagem
Corre paralelo ao trilho que escorre
Que vai e vem e vai cortando paisagem
Em destinos tortos, mortos de porre.
De repente o azul, de repente o apito
E vem o trem do sul e seus vagões
Gemendo aflito nosso amor em grito
Corre uma gente que sobe e que desce
Na plataforma os medos e as paixões
Rumo ao tempo do amor que não se esquece.
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