Soneto do submundo
O amor é sombra negra, o vão e o alçapão
De um tempo triste que de amor insiste
O amor é um deus ateu é o céu que não existe
É fingidor e ainda o amor é ladrão
Ladrão do despudor que dá na gente
Ah pega! Pega o ladrão que nos furta
Os sonhos de creme e geme na curta
Duração do teu suspiro poente
O amor é o melhor disfarce da morte
Morre-se por amor todos os dias
Morre-se no azar e na própria sorte
Morre-se na poeira que nos sufoca
Morre-se aos disparos da fantasia
Que não contente de si ainda provoca.
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