Soneto do relógio
Os ponteiros tropeçam, quase param
O sol não cede seu lugar à lua
Os bois do relógio a saudade aram
E até minha alma tarda a ficar nua
O pêndulo fraqueja em balançar
O céu cronometra o vôo das estrelas
O cão de lá rosna ansioso de uivar
E o moço chora às moças por não tê-las
As batidas do relógio não soam
O sol tenta por fogo na cidade
A tarde corre e as cigarras caçoam
E vem o silêncio e o não movimento
Pára o mundo, pára o amor, pára a idade
Morreu joão e maria, jaz o sentimento.
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