Daniel Campos

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Soneto do pássaro de orfeu

Tudo nessa vida é só e só ilusão
Ilusão de quem tece o amanhecer
Que amanhece no dó de uma canção
Que assovia bocas de amor e sofrer

A vida é o violão que num longo braço
De aço casa em casa se põe a chorar
Porque mestre orfeu, deus ritmo compasso,
Perdeu eurídice ao samba de além-mar.

Quem canta chora o choro de um ateu
Quem chora canta o canto de rapina
Porque a música é o pássaro de orfeu

Doravante a vida é nota partida
É o balanço triste de uma menina
Que pia piano branca negra e ferida.


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