Soneto do habitat
Escuta: meu lugar não é aqui seu moço
Moro lá depois da curva da ponte
Lá onde acaba o arco do céu horizonte
E o vento norte nos vira o pescoço
Meu lugar, seu moço, tem sabiá e ingá
Tem estrela sereia gato e boto
Tem ferrugem de chuva e gafanhoto
E tem uma estrada que não dá lá
Tem lua cheia, meu lugar tem maré alta
Tem história de papão e de pirata
E tem roseiral aberto em espinhos
Tem ancoradouro de pesadelo
Tem muito ouro e três pés de uísque com gelo
E uma mulher de manhas e carinhos.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.