Soneto do guardar-te
Guardo-te ainda estranha, sem quaisquer dimensões
Que falem de tempo ou de espaço. Infinita
E imprevisível, envolta em tantas razões
Tuas, que de entender são difíceis e bonitas.
Entre outros detalhes de sorrisos e flores
Guardo-te, plena, na mais completa clausura
E distante, perco e reencontro teus sabores
Em uma mescla de esquecimento e procura.
Guardo-te poeticamente ainda inacabada
Num sonho contínuo entre saudades e esperas
Como magia, guardo-te, ainda a ser sonhada.
Num bálsamo vivo, no último álbum de olhares
Que insisto em revisitar, guardo-te e deveras
Guardar-te-ei eternamente apesar dos pesares.
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