Daniel Campos

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Soneto do efêmero

A vida virgem para conhecer
Trilhas traçadas sem nossa presença
Se acham e começam a se perder
Em tantas essências de uma só crença.

Crer na realização através da amada
Num sentimento infinito e fugaz
Vendo o sol se por na boca enluarada
Vivendo a profecia que se desfaz.

Tão logo a poesia põe-se a se findar
No leito de um desejo inacabado
Caem nossas asas e todo o sonhar.

Confesso a vida como um gozo escasso
Que lambuza as vísceras do passado
E nos engravida de mais um passo.


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