Soneto do éden
O seu pecado é morder a maçã
Do medo pondo fim ao paraíso
Que ainda vive da falta de juízo
Existente entre a serpente e tupã
O amor se arrasta tal cobra coral
Pelas folhas úmidas do desejo
E quebra os limites do vilarejo
Num prematuro sonho neonatal.
Por deus, o gênesis foi só o começo
Logo eva, na boléia de um caminhão,
Partiu criando outra civilização
E o único adão sonhador que conheço
No sopro azul de uma chuva de jarro
Não teve escolha: transformou-se em barro.
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