Soneto do corpo da mulher amada
Que o corpo da minha mulher amada
Seja uma taça quente e cristalina
Capaz de nos levar de volta à estrada
Secreta dos sonhos de uma menina
Que essa taça se levante e derrame
Por bocas alheias, o mel e o morango
Que seus poros úmidos clamem: ame
E que seu sexo me voltei em um tango
Que poetas, sonhadores, réus e loucos
Venham bebê-la em sinal de amor pleno
E que o maior dos tragos, seja-me pouco
E que o fel de seu ventre cheire à sorte
Por mais que o brinde seja de veneno
Que em suas bordas o amor não se corte.
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