Soneto de um só tema
Quando a saudade, decotada e virgem,
Caí na solidão de um drinque qualquer,
Há de se quebrar em uma vertigem
O agouro feito por um mal-me-quer.
Quando o silêncio desfaz sua promessa
De fugir, a sós, com a despedida,
Há de se achar a carta que confessa:
As velas do medo estão de partida.
Quando o destino, tímido e deserto,
Nasce, sonha e, tempos depois, se engana,
O fim de uma espera ronda por perto.
Quando a lua lilás dança na fumaça,
De orquídeas em cigarros, toda insana,
Outra vez, caminha, sorri... Disfarça.
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