Soneto da volta nº 2
Quando ela vier, que venha poente e calma
Em uma passada branda e ainda leve
E tímida vá se despindo da alma
Como lingeries de uma mesma pele.
Quando ela vier, que venha lua e calada
Deixando à mostra todos os seus eus
Eu quero senti-la a cada quimera
Suas músicas, seus cálices, seus breus.
Quando ela vier, que venha pelas costas
Com lábios de ardume e olhos calados
E azul, dependure-se nas encostas
De tantos sóis, de ciúme, mal traçados
Que queimam como a vela da revolta
Ah! Quando ela vier, que venha sem volta.
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